MINISTER GENERALIS
ORDO FRATRUM MINORUM
Carta de exortação do Ministro para o
Conselho Geral.
Salvador, 08 de julho de 2020.
1. “Por
isso, irmãos todos, guardemo-nos muito, para que sob a aparência de alguma
mercê, ou obra ou ajuda, não percamos ou tiremos do Senhor nossa mente e
coração. Mas na santa caridade, que é Deus, rogo todos os frades, tanto
ministros como os outros, afastado todo impedimento e posposto todo cuidado e
solicitude, no melhor modo que puderem, façam servir, amar, honrar e adorar o
Senhor Deus de coração limpo e mente pura, que ele busca acima de tudo, e
sempre façamos aí habitação e morada para aquele que é o Senhor Deus
onipotente, Pai e Filho e Espírito Santo.” (Cf. São Francisco, Rnb 22,25-27) O
Pai Seráfico orienta aos seus confrades que coloquem o Senhor, Nosso Deus, como
foco e centro de nossas vidas, onde a centralização de Deus em nossos caminhos
significa uma profunda lealdade entre nós e o Pai, significa que estamos
verdadeiramente preparados para assumirmos a árdua missão que nos foi confiada:
evangelizar seguindo os passos de Francisco de Assis.
+ Fr. Apollonium Materazzi
2. O nosso carisma se caracteriza pela
pobreza e pela humildade, ampliando-se também o conceito de pobreza, não
resumindo apenas na opção pelos materiais mais simples, mas sendo pobre e
humilde em espírito, que não significa ter uma má espiritualidade, pois a
pobreza de espírito, concebida por São Francisco no Evangelho, é a que, no
sentido espiritual, nos leva ao abandono de nós mesmos ao Pai, onde, diante
Dele, nos colocamos como miseráveis, indignos e dependentes de Seu amor.
Assumir nossas fraquezas, nossas limitações, nossa natureza pecadora é a chave
para alcançar a verdadeira pobreza de espírito, consequentemente teremos a
comunhão com Cristo, conforme sua promessa: “Felizes os pobres no espírito,
porque deles é o Reino dos Céus”. Independente de qual função fomos designados
para exercermos, mantenhamos nossa conduta como irmãos menores, não deixando
que a soberba e o orgulho se prevaleçam diante da menoridade simplicidade
concebida pelo Espírito Santo durante nossa caminhada vocacional e formativa.
3. Assim
como a Ordem dos Frades Menores deve se alimentar da oração constante de seus
freis, os atos de caridade e misericórdia, a pregação incessante do santo
evangelho; ela também deve estrutura a sua parte administrativa e judicial, de
modo que todos mantenham preservados e acesos a espiritualidade franciscana,
sendo todos irmãos menores. Para estes ofícios, são escolhidos os mais
experientes e capacitados freis, que no parecer do Ministro Geral, são idôneos
aos trabalhos que lhes vão ser confiados, onde ele deposita toda a sua
confiança no labor e na perseverança deste irmão, fazendo-se unido a ele na
espiritualidade e no pastoreio da Ordem. Analisando essa necessidade de possuir
um órgão que rege e dirige a fraternidade, responsável pela conservação e efetivação
de todas as ações que moldam o nosso carisma, responsável pelas nomeações
internas da Ordem, responsável pela documentação e legislação desta supracitada
comunidade; que desenvolveu-se por São Francisco de Assis, o Conselho Geral ou Provincial
de cada circunscrição franciscana, sendo a mesma imbuída de todas as
autoridades necessárias para a perpetuação da Ordem dos Frades Menores.
Recordamos a imprescindível importância do comprometimento dos irmãos que irão compor
o conselho geral, mostrando-se um servo fiel e justo ao Senhor, em menoridade
com Ele e com seus irmãos, que está disposto para edificar na Aliança Eterna
com Deus através da obra de sua Igreja Santa deixada por Nosso Senhor Jesus
Cristo e iniciada pelos apóstolos.
4. Os documentos
de nossa Ordem, solicitam que haja de imediato a constituição deste Conselho
Geral, onde o Ministro torna-se o responsável pelas nomeações do mesmo,
designando cada frade de acordo com sua aptidão e área de trabalho. Após as devidas
orações e súplicas ao Espírito Santo para que eu pudesse instituir os membros
certos e capacitados nestas funções, publiquei anteriormente as nomeações
extraordinárias da Ordem. Os componentes do conselho, são os frades que assumem
os ofícios de: Ministro Auxiliar, Secretário Geral, Promotor Vocacional e Definidor
Geral. Refletindo acerca destes ofícios, publico nesta carta de exortação,
algumas medidas e recomendações para cada um desses irmãos:
Ministro Auxiliar (D. Frei Darllan Victor Messis) – Ao diletíssimo irmão que assumir esse ofício, deve-se atuar de maneira
presente e frequente dentro das atividades da Ordem, mantendo sempre um rigor
da autoridade ministerial e da simplicidade fraternal. Relembremos o que o nosso
estatuto orienta:
I. Substituir
legalmente o Ministro em suas faltas e impedimentos e presidir comissões
criadas pela Conselho Geral;
II. Substituir
o Secretário em suas faltas e impedimentos;
III. Substituir
o Definidor em suas faltas e impedimentos.
Parágrafo
Único – Em caso de vacância, de qualquer um dos cargos acima
referidos, caberá ao Ministro Auxiliar, acumular o cargo vago, até
eventual eleição por parte da Assembléia Geral.
Este
deve estar sempre em monitoração e fiscalização do Conselho Geral e de seus
membros, verificando se não há alguma irregularidade ou falha em seus respectivos
ofícios, e se houver, levar a situação ao atual Ministro Geral, onde o mesmo
vai dar o seu parecer sobre o mesmo e solucionar este empecilho.
Secretário Geral (Frei Hery Cardoso) – Auxilia o Ministro Geral em suas decisões e modo de
governar a Ordem, é cabido ao mesmo, que ela não perca sua essência humilde e evangélica
prescrita pelo Pai Seráfico. Também é responsável pela elaboração e organização
dos capítulos gerais ou locais e das documentações referentes a Ordem, tendo a
sua assinatura no rodapé de cada documento emitido por esta fraternidade. Cumprindo-se
o que diz o estatuto da OFM determina:
I. Redigir e manter transcrição em dia das atas dos
Capítulos Gerais e das reuniões do Conselho;
II. Redigir a correspondência da Ordem;
III. Manter a ter sob guarda o arquivo da Ordem;
IV. Dirigir e supervisionar todo o trabalho da
Secretária;
V. Dirigir o departamento social, promovendo o
seu perfeito funcionamento e entrosamento, buscando recursos financeiros,
junto a Iniciativa Privada e Órgãos Municipais, Estaduais e Federais;
VI. Elaborar, promover e executar os eventos
sociais da Igreja;
VII. Elaborar, promover e executar os eventos
culturais da Igreja;
VIII. Apresentar ao Conselho Geral, quando solicitado
pelo Ministro, relatório relativo ao seu departamento.
·
Promotor Vocacional
(D. Frei Gianfranco Ravassi) – Autoridade
no âmbito formativo dos futuros irmãos, sendo responsável por participar de
todas as reuniões que envolvem tópicos que se referem à formação dos estudantes.
Atua, juntamente com o Mestre de Postulantes e Mestre de Noviços, na
asseguração que os irmãos tenham a mais explicativa e rica formação franciscana,
tanto nas maneiras de se portar, quanto em sua vida espiritual. Pode se tornar
muito frequentemente o diretor espiritual de seus alunos, que dão testemunho
todos os dias dos ensinamentos dos mestres e do Promotor Vocacional. Em nosso
orbe habbiano, observamos que há muitos irmãos que necessitam de uma maior
compreensão e paciência durante seus estudos, tornando-se fundamental que o promotor
seja um frei que esteja apto para tomar as rédeas diante desta situação. Que o irmão
nomeado para este posto tenha um profundo conhecimento de nosso carisma e nossa
espiritualidade, para lecionar com maestria e humildade, todos os atributos e
conhecimentos que nossos estudantes devem possuir. Admoesta o nosso estatuto:
I. Cuidar da Formação inicial (postulado), do
noviciado e permanente;
II. Definir se os postulantes estão aptos a entrada no
Noviciado;
III. Definir se os Noviços estão
aptos a admissão a ordem e votos simples;
IV. Supervisionar o trabalho da formação;
V. Apresentar ao Conselho Geral, balancetes
mensais sobre formação;
VI. Fazer mensalmente a relação dos postulantes,
noviços es e frades, apresentando-a quando solicitado em Capítulo Geral;
VII. Apresentar a Conselho Geral, quando solicitado pelo
Ministro, relatório relativo ao seu departamento.
Definidor Geral (D.
Frei Gregório Michels Von Sarto) – O
irmão nomeado para este ofício deve, assim como o secretário geral, ter
conhecimentos e domínios na elaboração de documentos da Ordem. O definidor
geral também deve manter sempre a lista de freis atualizada, colocando os
irmãos em suas respectivas funções nomeadas extraordinariamente pelo Conselho
Geral, ou ordinariamente pelo Ministro Geral com a consultoria do Definidor.
Este também, é responsável pela assinatura e documentação de um frade em uma
determinada arquidiocese ou diocese, deixando pública um boletim informativo
acerca da nomeação do mesmo nesta circunscrição eclesiástica; além de, ter
consigo o relatório das estatísticas mensais da Ordem, apresentando ao conselho
geral as definições e os rumos que a fraternidade tomou naquele mês.
I. Auxiliar o Ministro Geral no
cuidado com a Ordem e os Frades pelo Mundo;
II. Representar o Conselho Geral no
que compete o interesse da Ordem junto aos conventos;
III. Representar o Conselho Geral no que compete o
interesse da Ordem junto as Dioceses;
IV. Supervisionar
o trabalho da formação pelo Mundo;
V. Apresentar ao Conselho
Geral, balancetes mensais ou quando solicitado;
VI. Apresentar a Conselho Geral,
quando solicitado pelo Ministro, relatório relativo ao seu departamento.
Caríssimos
irmãos, assumindo vossos comprometimentos em seus ofícios na Ordem dos Frades
Menores, acolham estas exortações supramencionadas, e que os senhores possam exercer um excelente trabalho nestes setores de tão grande importância para a nossa comunidade, em prol do Conselho Geral, órgão responsável por dirigi-la, para
que nós possamos juntos, em muita unidade e fraternidade, pregar o carisma franciscano
em terras habbiana, levando aos jovens que este Hotel habitam, a conhecer a
simplicidade e menoridade que nossa sociedade tanto necessita, sendo um remédio
diante de tantas enfermidades que podemos encontrar nela. Não obstante, como
bons observantes do evangelho e da Santa Igreja Católica, seguiremos colocando
Nosso Senhor no centro de tudo, pois se porventura desviarmos o foco de nosso
labor para o Reino de Deus, certamente se perderia o sentido de nossas obras e
de nosso testemunho do crucificado.
Sejamos
sal e luz da terra (Cf. Mt 5:13, 14), como frades franciscanos, mantenhamos a
nossa postura no nosso claustro, que é o mundo; onde nosso Pai Seráfico tanto
passou os seus dias evangelizando os mais pobres e mais excluídos da rica
sociedade, pois em um mundo de tantas discriminações e monstruosidades, surgiu
Francisco, o menor dos menores, em busca de santificar a alma de seus irmãos na
pregação do evangelho e na simplicidade para com todos.
Clamo
a intercessão de nossa Beatíssima mãe, Maria Santíssima, que nos ajude a
preservarmos na caminhada para a edificação do reino de Deus em orbe habbiano, que
apesar de momentos de grandes divisões e injustiças, sede a nossa protetora das
serpentes que irão nos rodear, confiamos em vós, ó Virgem e Pia Mãe!
Não
obstante, rogo aos nossos predecessores que seguiram o carisma franciscano, que
também não cessem de rezar pelos seus herdeiros, que mantenhamos
verdadeiramente o espírito do Pobre de Assis em vigor, fazendo com que honremos
os três votos que proclamamos em nossa profissão: pobreza, obediência e castidade.
De modo especial, suplíco a poderosa intercessão de nosso Pai.
Dado
e passado no gabinete do Ministro Geral, aos dias nove de julho de dois mil e
vinte, sob o pontificado de Sua Santidade, o Papa João Paulo VII.
Deus
super omnia,
Minister Generalis