MINISTRI GENERALIS
ORDO FRATRUM MINORUM

 

O Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores exorta aos queridos confrades acerca de algumas recomendações na celebração da Santa Missa em suas Igrejas.

Roma, 20 de Agosto de 2020


A todos que lerem, saúdo-vos desejando a paz e o bem por parte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

 Caríssimos irmãos, a santa missa é o expoente máximo de nossa fé, pois é ali que é renovado o Santo Sacrifício que Nosso Senhor realizou em sua cruz. É nela que o sacerdote agindo In Persona Christi consagra as espécies do pão e do vinho que se tornam Corpo e Sangue de Cristo. As ações litúrgicas devem ser celebradas com esmero e cuidado, tendo em vista que na Santa Missa, por exemplo é o próprio Cristo que se faz presente como vítima, sacerdote e altar, e a ele, toda honra, glória e dignidade. Na Igreja católica, a única igreja fundada por Jesus Cristo, estes três elementos são igualmente a base de todo seu culto, de suas celebrações litúrgicas: Sacerdote, Altar e Vítima (Sacrifício). Há um sacerdócio, instituído pelo próprio Jesus Cristo: fazer isto em memória de mim [6], disse o salvador aos seus apóstolos instituindo o santo sacrifício da missa; é importante ainda lembrar que a beleza da liturgia não está na ostentação. A ostentação dentro da Liturgia é enquadrada como uma das muitas maneiras de mundanismo espiritual, como foi dito pelo Papa Francisco; uma das tentações dos agentes pastorais. Deste perigo, disse o Santo Padre: "O mundanismo espiritual, que se esconde por detrás de aparências de religiosidade e até mesmo de amor à Igreja, é buscar, em vez da glória do Senhor, a glória humana e o bem-estar pessoal”. (Cf. Pulchiritudo Liturgiae, Cong. para o Culto Divino)

 Nosso Pai Seráfico muitas vezes é colocado em contextos inválidos que procuram dessacralizar a Santa Missa e passam a celebra-la como se fosse meramente um banquete, uma partilha, pois não entendem que ali está sendo realmente realizado o memorial do sacrifício de Cristo. Por ser um santo muito humilde e realizando plenamente a sua menoridade diante de Deus e dos irmãos, foi usado de exemplo para justificar essa dessacralização dita anteriormente da Santa Missa, mas basta analisarmos os seus escritos para observarmos o contrário, o grande zelo que São Francisco tinha pelo santo sacrifício de Cristo. Isso é explícito em sua Epistola Ad Custodes, carta que o mesmo enviou aos seus custódios acerca do Culto Divino.

 "A todos os Custódios dos frades menores que receberem esta carta, Frei Francisco, pequenino servo vosso em Jesus Nosso Senhor, deseja a salvação com os novos sinais do céu e da terra, que, grandes e excelentíssimos aos olhos do Senhor, são contudo tidos em conta de vulgares por muitos religiosos e outros homens.

Peço-vos ainda com mais insistência do que se pedisse por mim mesmo, supliqueis humildemente aos clérigos, todas as vezes que o julgueis oportuno e útil, que prestem a mais profunda reverência ao Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo bem como a seus santos nomes e palavras escritos, que tornam presente o seu Sagrado Corpo.

Os cálices e corporais que usam, os ornamentos do altar, enfim tudo quanto se relaciona ao sacrifício, sejam de execução preciosa.

E se em alguma parte o Corpo do Senhor estiver sendo conservado muito pobremente, reponham-no em lugar ricamente adornado e ali o guardem cuidadosamente encerrado segundo as determinações da Igreja, levem-no sempre com grande respeito e ministrem-no com muita discrição.

Igualmente os nomes e palavras escritos do Senhor deverão ser recolhidos, se encontrados em algum lugar imundo, e colocados em lugar decente.

E em todas as pregações que fizerdes, exortai o povo à penitência e dizei-lhe que ninguém poder salvar-se se não receber o Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor.

E quando o sacerdote o oferecer em sacrifício sobre o altar, e aonde quer que o leve, todo o povo dobre os joelhos e renda louvor, honra e glória ao Senhor Deus vivo e verdadeiro.

Anunciai e pregai a todo o povo o seu louvor, de modo que a toda hora, ao dobrar dos sinos, o povo todo, no mundo inteiro, renda sempre graças e louvores ao Deus onipotente.

E todos os meus Irmãos custódios que receberem esta carta e a copiarem e guardarem consigo e a fizerem copiar para os Irmãos incumbidos da pregação e do cuidado dos Irmãos, e pregarem até o fim o que nela está escrito, saibam que terão a bênção do Senhor Deus e a minha.

E isto lhes seja imposto em virtude da verdadeira e santa obediência. Amém.”

 “Os gestos e atitudes corporais, tanto do sacerdote, do diácono e dos ministros, como do povo, visam conseguir que toda a celebração brilhe pela beleza e nobre simplicidade, que se compreenda a significação verdadeira e plena das suas diversas partes e que se facilite a participação de todos[52]. Para isso deve atender-se ao que está definido pelas leis litúrgicas e pela tradição do Rito Romano, e ao que concorre para o bem comum espiritual do povo de Deus, mais do que à inclinação e arbítrio de cada um” (Cf. Instrução Geral do Missal Romano). Tendo em vista estas circunstâncias e vendo que a Ordem dos Frades Menores tem o dever de zelar pela preservação da liturgia bem celebrada para o culto a Nosso Senhor em orbe habbiano, segue abaixo algumas recomendações para os frades franciscanos na celebração da Santa Missa.

1.     Que os confrades não celebrem ou concelebrem a Santa Missa apenas de estola e hábito religioso, mas que ponham sempre a alva com a estola e cíngulo, se for necessário. Recomenda-se também, revestir-se da casula nas celebrações diárias e dominicais.

2.     A Ordem Franciscana é conhecida também por estudar e honrar bastante os santos e santas que tanto operaram pela messe do Senhor, portanto, que os confrades busquem, quando for o dia correto, celebrar a santa missa em honra aos santos que se recordam a memória naquele dia, especialmente se este fazer parte da família franciscana. Serão disponibilizados o calendário litúrgico e o calendário mensal dos santos franciscanos (OFM, OFMCap, OFMConv, OFFI, OFS, TOR, OSC, etc).

3.     Que os confrades não cometam abusos litúrgicos na celebração, que, apesar de estarmos em orbe habbiano e a missa não ter valor sacramental, não deixar de ser uma forma de cultuar Nosso Senhor através das ações litúrgicas, portanto, as celebrações dos frades franciscanos devem estar de acordo com as normas litúrgicas da Santa Sé de Roma e do Magistério da Igreja, evitando assim, os supracitados abusos ou situações de dessacralização da Missa.

4.     Que seja totalmente evitado quaisquer tipos de ofensas, xingamentos, discussões e confusões durante a celebração, todos devem manter o respeito e a conduta correta não só durante a santa missa, mas em todos os lugares.

5.     Que em todas as missas que os confrades presidirem; após a oração pós-comunhão, dos avisos paroquiais e antes da benção final, possam saudar o nosso Pai Seráfico rezando a Oração de São Francisco, mantendo viva a nossa devoção e amor por nosso padroeiro.

 Sendo assim, rogo à intercessão de Nossa Senhora de Fátima e São Francisco de Assis para que possamos permanecer firme no caminho que Nosso Senhor Jesus Cristo designou para todos nós e que com a graça d’Ele possamos preservar o carisma franciscano no Habbo Hotel.

 Datum Romae, mensis Augustus XX, anno MMXX. Sub coronam Ioannes Paulus VII, pontifex maximus.

 

Deus super omnia,

+ Fr. Apollonium Médici Materazzi, OFM

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