REFLEXÃO DO MINISTRO GERAL NA XVIII SEMANA DO TEMPO COMUM

Caríssimos frades, nessa 18° semana domingo do tempo comum, caminhando com Cristo ele peculiarmente concede-nos uma dádiva, recorda um ponto central de nosso carisma: a pobreza, pilar da vida de São Francisco.

Olhando com atenção o Evangelho desse último domingo (Lc 12,13-21), percebemos que o homem embora estivesse tão próximo de nosso Senhor Jesus Cristo em meio à multidão, estava mais preocupado com as futilidades da sua vida que com a oportunidade de abraçar o próprio Deus diante de si, a salvação. Irmãos, nossa felicidade é importante? claro. Porém nossa felicidade está direcionada para onde? Se a mesma não existir em função de Cristo, mas aos objetos que nos cercam neste mundo efêmero, certamente não seremos felizes de fato.

E aqui a pobreza se torna importante, ser pobre não é uma condição salvífica por si, mas porque nos torna agradecidos, nos move somente ao necessário, e aqui trazendo um aspecto bem filosófico a essa reflexão, os doutores medievais da igreja, especificamente da escolástica (que convergem não por acaso com o surgimento das ordens mendicantes, como nós) já nos diziam que o único necessário é Deus, o ser necessário, o resto é todo contingente a existência.

Ao nos colocarmos como pobres, através de nossos votos, é só o início para um propósito maior, que é ter Cristo como nosso maior bem; no evangelho o homem gostaria que Cristo fosse mediador da divisão de sua herança, para nós devemos receber Cristo como mediador da salvação aqui na terra, querendo levar-nos para a plenitude com ele, tanto é que fez-se homem e eternizou-se em nosso meio, com o santo Sacrifício renovado diariamente pelos sacerdotes da igreja, a Eucaristia, eis aqui o alimento que mais nos pode fazer saciados.

Nas palavras de nosso próprio Pai Seráfico: “Onde a pobreza se une á alma, não há cobiça nem avareza”, e completo: que nossa renúncia aos bens materiais tenha seu verdadeiro significado para nós todos colocarmos cada vez mais Deus como nosso guia, não a ganância e nossas vontades, mas a busca incansável pela salvação junto do Pai.

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!


Diácono Perm. Frei Francisco Reis, OFM
Ministro Geral