"Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso!" - Lc 12, 49.
No século XII da Igreja a vida religiosa era sinônimo de tranquilidade, de sossego e rotina, graças a já solidificada regra beneditina que guiava seus adeptos à iluminação mais profunda através da oração e do trabalho, com sua tão famosa jaculatória monacal: “Ora et Labora”. Tantos foram os santos monges que viveram e morreram sob esta guia, não que estivessem errados, de modo algum, mas faltou-lhes uma experiência a mais de Cristo.
Em contra partida, a Francisco, nosso fundador, não houveram perdas deste tipo. Ao aceitar o batismo que Deus lhe impunha, fora rejeitado por seu pai e seus amigos, a sociedade elitista da qual fazia parte o atribuiu o título de louco. Mal sabiam eles que este homem a que rejeitavam seria o europeu mais amado e querido pelo mundo, mesmo após séculos de sua páscoa.
Para o santo de Assis não haviam empecilhos em ouvir e executar as vontades de seu Deus. Quanto chamado a abandonar seu nome e riquezas, o fez sem titubear, quando enviado aos leprosários da cidade, foi sem nem pensar, quando convidador a fundar a ordem dos servos menores, andou a pé até a cidade de Roma para falar com o Papa. Havia pois em Francisco uma chama forte ardendo em seu peito que o fazia perseverar.
Dado da Cúria Franciscana, Convento de São Frei Galvão, Gabinete do Diretor Espiritual, 14 de Agosto do Ano de Nosso Senhor de 2022.